sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O problema da conveniência

O problema da conveniência

Texto: Jó 11.1-12

Ainda ontem busquei discutir com um amigo um ponto de um famoso sermão do gigante Agostinho, no qual ele deixava em aberto por conveniência uma questão relativizando-a. A princípio parece simplória a atitude de relativizar  as questões buscando ajustá-las como por necessidade, mas a longo prazo percebemos a ignorância e falta de confiança no absoluto que Deus oferece em si mesmo e naquilo que lhe diz respeito.

Zofar, outro amigo de Jó traz suas considerações sobre o estado de miséria de seu companheiro. Baseado na ideia teológica da época, Zofar, apresenta fundamentos do que não conhece profundamente, ocorrendo no erro drástico de julgar a moral de Jó. Se de fato a maior mentira é aquela que contém maior número de verdades, temos isso revelado aqui nestas considerações.

Usar argumentos simplesmente  pela conveniência de se apresentar sensato leva-nos a correr o risco de construir meias verdades, que na sua essência não passam de mentiras bem elaboradas. Pergunto-me, se Zofar estivesse no lugar de Jó, se ele manteria o mesmo discurso, uma vez sendo conhecedor da sua própria inocência.

Interessante isso, pois pelo que consta, por vias da dedução, Jó a princípio partilhava das mesmas ideias. Mas uma coisa se revela: Deus não muda, e o que diz respeito a Ele também não. Sistematizá-Lo é um erro grotesco de nossa parte.

A conveniência classifica as intenções como que egoístas, leva a pessoa a falar do que lhe é próprio aplicando a outras pessoas, como se o que nos é próprio servisse de aferição para os outros.

É necessário buscar se colocar no lugar das pessoas antes de fazer qualquer consideração que diz respeito a elas. Um discurso conveniente só nos mostra o quanto insensíveis podemos ser. Principalmente porque o discurso muda quando mudamos de posição, Jó que o diga.


Charly
continua...

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