O problema da
conveniência
Texto: Jó 11.1-12
Ainda ontem busquei discutir
com um amigo um ponto de um famoso sermão do gigante Agostinho, no qual ele
deixava em aberto por conveniência uma questão relativizando-a. A princípio
parece simplória a atitude de relativizar as questões buscando ajustá-las como por
necessidade, mas a longo prazo percebemos a ignorância e falta de confiança no
absoluto que Deus oferece em si mesmo e naquilo que lhe diz respeito.
Zofar, outro amigo de Jó traz
suas considerações sobre o estado de miséria de seu companheiro. Baseado na
ideia teológica da época, Zofar, apresenta fundamentos do que não conhece
profundamente, ocorrendo no erro drástico de julgar a moral de Jó. Se de fato a
maior mentira é aquela que contém maior número de verdades, temos isso revelado
aqui nestas considerações.
Usar argumentos
simplesmente pela conveniência de se apresentar sensato leva-nos a correr
o risco de construir meias verdades, que na sua essência não passam de mentiras
bem elaboradas. Pergunto-me, se Zofar estivesse
no lugar de Jó, se ele manteria o mesmo discurso, uma vez sendo conhecedor da
sua própria inocência.
Interessante isso, pois pelo
que consta, por vias da dedução, Jó a princípio partilhava das mesmas ideias. Mas uma coisa se revela: Deus
não muda, e o que diz respeito a Ele também não. Sistematizá-Lo é um erro
grotesco de nossa parte.
A conveniência classifica as
intenções como que egoístas, leva a pessoa a falar do que lhe é próprio
aplicando a outras pessoas, como se o que nos é próprio servisse de aferição
para os outros.
É necessário buscar se colocar
no lugar das pessoas antes de fazer qualquer consideração que diz respeito a
elas. Um discurso conveniente só nos mostra o quanto insensíveis podemos ser.
Principalmente porque o discurso muda quando mudamos de posição, Jó que o diga.
Charly
continua...
continua...
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