sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A roda da vida

Caindo em si

 Texto baseado no Livro de Lucas Capitulo 15, a partir do versículo 11

Passamos tão rápidos pela vida que nem reconhecemos certos padrões repetitivos que ela nos impõe, e às vezes, ao ver esses padrões nitidamente, passamos a ignorar os mesmos, não acreditando ou não levando a sério às circunstâncias que a vida nos submete.

Temos uma grande lição esboçada na referência bíblica acima. Não estou falando da ida e vinda de um filho perdido, ou de uma ovelha extraviada, não estou me referindo a interpretações tendenciosas que nós como religiosos cristãos gostamos de fazer. Gostaria de chamar sua atenção para a vida, para a grande jornada que começamos no dia de nosso nascimento, como ela se manifesta a nós. A vida nos recebe e não somos nós que recebemos a ela, portanto precisamos aprender a viver, sim, isso equivale a se portar da maneira que se deve em cada situação ou circunstâncias que se nos apresenta. “Caindo em si” o Jovem rapaz lembrou-se do inicio estando aparentemente no fim. Geralmente quando estamos no fundo do poço costumamos cair em si e pensar com mais raciocínio e exatidão, geralmente começamos a perceber as coisas de maneira mais clara diante de nossos olhos.

Vamos nos permitir racionalizar “tudo” o que aconteceu com que aquele jovem rapaz até chegar ao ponto de desejar comer a comida de porcos... Note, ele pegou sua herança. Não pense nisso como simplesmente pegar o dinheirinho e sair gastando inconseqüentemente não... Ele pediu sua herança, ele recebeu sua herança! Podíamos nos ater um pouco mais nessa revelação aqui, mas prossigamos, quero que você perceba que este Jovem se viu de um momento para outro no topo da roda da vida. Lá estava ele... lá em cima, provido, pronto para começar a vida de forma independente. Não é isso que buscamos? Eu, você, todos? Nossa independência!? E mesmo antes de consegui-la já a enxergamos como o “topo”, o patamar mais alto projetável para nossa vida.

Então, “poucos dias depois”... Não interessa o quanto “pouco” seja esse tempo para nós agora, o que esta evidente é que o Jovem rapaz teve tempo para pensar no que fazer com o que tinha conquistado ou com o que ganhou. Sim, conquistado pelo pleito e ganhando por herança... A vida não brinca com ninguém, é um mercado sério, te dá tempo e pede tempo, mas não pense que terá toda sua vida para pensar...

Precipitadamente este Jovem rapaz “ajuntou tudo e partiu para uma terra longínqua”... De acordo? Isso é verdade? Eu estou perguntando para você. Como não sei se vai me responder mesmo, deixa já lhe dizer; verdade sim, exceto, o “precipitadamente”. Precipitadamente é a interpretação que fazemos devido saber já o que aconteceu a este Jovem rapaz, mas se a história fosse outra? Se ele “ajuntasse tudo e fosse para uma terra longínqua” e lá se desse bem na vida moralmente e financeiramente? Uhm? Já não o teríamos por “precipitado” e sim por um bom ou grande investidor não é? Racionalize, não seja preconceituoso, estamos a falar da “vida” através desse magnífico ensinamento e não apenas do fato relatado. Aqui vemos a oportunidade. Toda essa história se modificaria se esse Jovem tivesse aproveitado a oportunidade que se lhe abriu e fizesse as escolhas certas. A vida lhe deu a oportunidade, ele tinha em mãos tudo que lhe era necessário, agora, restava-lhe fazer as escolhas... Falo de mim, talvez de você, falo de nós, falo da vida...

“E ali desperdiçou seus bens, vivendo dissolutamente”. Temos que frisar algo importante aqui... Note como que por um “gráfico”, veja como a vida desse Jovem rapaz declina a partir das escolhas que ele faz. Aqui temos as escolhas. Elas são importantes demais em nossa vida, elas definem nossa estabilidade, não definem apenas se você ira subir ou descer, elas definem a permanência na paz, na alegria, na estabilidade desses fatores essenciais a uma vida saudável. A vida é uma grande roda gigante sim, nela teremos altos e baixos, e para subir fatalmente desceremos, mas em meio a este processo é importante permanecermos estáveis, e isso será definido pelas nossas escolhas.

O Jovem rapaz começou despencar de forma tão abrupta que o relato afirma “e, havendo gastado tudo...”, olha aí... veja bem! Ele gastou tudo! Perdeu tudo! Em queda livre e sem paraquedas... E é “engraçado” notar também no registro, que exatamente nesse momento em que o Jovem rapaz “perde tudo” sobrevém uma “grande fome naquela terra”. Sabe o que isso nos mostra? A vida nua e crua, etapas dessa vida, fases, ciclos, a grande roda agora dando voltas com aquele Jovem na parte debaixo...  Onde você esta na vida? Qual é a circunstância em que esta vivendo? Como tem sido suas escolhas? A roda ta em cima ou esta em baixo? Esta caindo ou se levantando? Não adianta de maneira eufórica e positivista dizer ai “eu to me levantando” não... Não é tão simples assim. Se a roda ta descendo meu amigo... uhm Seja realista, não engane a si mesmo, não use mascaras, para de pedir aqui e lá, largue os pontos logo, não não vá pedir esmolas, não resista a queda, não vá comer “bolotas” que são comidas dos porcos! Aqui estão as conseqüências daquelas escolhas... Falo de mim, talvez de você, falo de nós, falo da nossa vida...

“E caindo em si”. Finalmente chegamos aqui... No fundo do poço o Jovem rapaz acorda para vida, para a realidade, se entrega a situação, racionaliza tudo e... O Jovem rapaz consegue enxergar aquilo que estava sempre diante dos seus olhos mas que ele sequer havia prestado atenção: A seriedade da vida, a lei da vida, a necessidade de saber reconhecer seu estado atual, revendo tudo que lhe é possível rever sobre seu passado, sobre a roda da vida, as etapas em que a vida lhe favoreceu, as escolhas que vivenciou, comparações e...

E, e... e as... Possibilidades!

“Os empregados de meu pai tem em abundância”, “levantar-me-ei e irei ter com meu pai... tenha-me como um de seus empregados”. Apesar do relato citar o pai do Jovem rapaz, e termos como simbologia a pessoa de Deus neste pai amado que esta pronto a receber seu filho por mais  inconseqüente que seja, quero que note uma questão em relação a vida que levantarei seguindo o raciocínio deste sermão; “tenha-me como um de seus empregados” disso o Jovem rapaz a seu pai, ou ainda projetou dizê-lo. Como eu disse no inicio não recebemos a vida quando nascemos é ela quem nos recebe, então tomemos cuidado, somos despenseiros desta vida, somos empregados da mesma, somos servos, então vivamos com mais atenção a estes fatores: OPORTUNIDADES, TEMPO, ESCOLHAS e POSSIBILIDADES.

Você terá OPORTUNIDADES, fique atento ao TEMPO, faça as ESCOLHAS certas, e se acaso errar e cair... não resista, caia, arrependa-se em seguida e se levante a vida é uma GRANDE RODA e te proporcionará POSSIBILIDADES.

Charly Tomaz