quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Teologia que mata

Teologia que mata

Texto: Jó 12.5

As vezes as muitas informações nos fazem desconsiderar a prática, causando-nos um falso senso de segurança, ocasionando soberba e incoerência.

Jó não citou isso a toa, pelo pouco que nos transparece Jó tinha a mesma linha teológica de seus amigos, até sentir na pele a realidade de algumas situações.

Jó percebe que é fácil viver uma fé cega, desprezando a miséria alheia, atribuindo tudo a consequências, desconsiderando ajustes e propósitos maiores.

Jó percebe que um propósito norteia a vida, e esse propósito não é, nunca foi e nunca será o homem.

Jó percebe que a fé cega discrimina, machuca, é preconceituosa, mata e ainda atribui a Deus, feitos vergonhosos de nossa vontade.

Devemos nos precaver desse tipo distorcido de entendimento.

Charly 
continua...

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Teologia Universal – O governo de Deus

Teologia Universal – O governo de Deus

Texto: Jó 12.3 e 7-9

 "Quem não sabe essas coisas?... até os animais te informarão."

Há determinados assuntos que são de caráter universal, que não nos deixa melhores que ninguém ao "dominá-los" ou conhecê-los. O governo de Deus é um destes assuntos.

Saber que Deus governa soberanamente não é nenhum tipo de privilégio para nós e sim obrigação óbvia de entendimento. E, nos traz a grande responsabilidade de vivermos segundo esse governo.

São informações como essas que habitualmente nos leva a condenação. Pois não obstante conte-las, conhecendo-as, vivemos como se não fosse importante e necessário considerá-las no íntimo.

Até animais menos inteligentes consideram o senhorio de Deus, e muitos de nós vivemos como se não houvesse tal governo. Condenamos a nós mesmos pelas nossas atitudes em face às nossas obrigações.

Corremos perigo de colocar em prática determinadas lições apenas quando nossa vida depende delas. Não conseguimos enxergar o óbvio: a todo  instante nossa vida depende do governo de Deus!

A epístola de Tiago fala desse tipo de teologia, que abala os demônios, mas não causa espanto em homens. Uma teologia que mata, está matando e vai continuar a matar.

Nota: Jeremias 5.21-24 e 8.7


Charly 
continua...

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A fé como base do entendimento

A fé como base do entendimento

Texto: Jó 11.18

Zofar, amigo de Jó, faz uma consideração que merece nossa atenção: "Confiança nasce da esperança", essa proposição leva-nos a refletir no valor da fé. Entendemos porque a fé é fundamental! Ela dá início a tudo, desde relacionamentos à empreendimentos.

No contexto desse texto a "esperança" é suficiente para a justificação pós-arrependimento genuíno (versos 13 ao 18). Isso nos leva a outros âmbitos de questões inclusive sobre a relação entre fé e entendimento discutida por Agostinho em um de seus sermões.

Não, e em hipótese alguma o entendimento vai sobrepor a fé, pois ela é fundamental para a formação da nossa convicção, pois é o início, é a mola mestre de todo edifício a ser construído.

Lembremo-nos do Eunuco e Filipe: ao ser questionado se "entendia" o que lia, o Eunuco questionou a falta de quem o ensinasse, mas todavia a fé ou uma esperança o fazia estar ali com o livro aberto, lendo, buscando entender.

Ora, se sem fé é impossível agradar a Deus, ela e não o entendimento inicia os processos de mudança na vida secular e espiritual.

Claro que não estamos descartando a necessidade do entendimento, só estamos frisando-o como consequência da fé.

Charly 
continua... 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O problema da conveniência

O problema da conveniência

Texto: Jó 11.1-12

Ainda ontem busquei discutir com um amigo um ponto de um famoso sermão do gigante Agostinho, no qual ele deixava em aberto por conveniência uma questão relativizando-a. A princípio parece simplória a atitude de relativizar  as questões buscando ajustá-las como por necessidade, mas a longo prazo percebemos a ignorância e falta de confiança no absoluto que Deus oferece em si mesmo e naquilo que lhe diz respeito.

Zofar, outro amigo de Jó traz suas considerações sobre o estado de miséria de seu companheiro. Baseado na ideia teológica da época, Zofar, apresenta fundamentos do que não conhece profundamente, ocorrendo no erro drástico de julgar a moral de Jó. Se de fato a maior mentira é aquela que contém maior número de verdades, temos isso revelado aqui nestas considerações.

Usar argumentos simplesmente  pela conveniência de se apresentar sensato leva-nos a correr o risco de construir meias verdades, que na sua essência não passam de mentiras bem elaboradas. Pergunto-me, se Zofar estivesse no lugar de Jó, se ele manteria o mesmo discurso, uma vez sendo conhecedor da sua própria inocência.

Interessante isso, pois pelo que consta, por vias da dedução, Jó a princípio partilhava das mesmas ideias. Mas uma coisa se revela: Deus não muda, e o que diz respeito a Ele também não. Sistematizá-Lo é um erro grotesco de nossa parte.

A conveniência classifica as intenções como que egoístas, leva a pessoa a falar do que lhe é próprio aplicando a outras pessoas, como se o que nos é próprio servisse de aferição para os outros.

É necessário buscar se colocar no lugar das pessoas antes de fazer qualquer consideração que diz respeito a elas. Um discurso conveniente só nos mostra o quanto insensíveis podemos ser. Principalmente porque o discurso muda quando mudamos de posição, Jó que o diga.


Charly
continua...

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O sentido da vida

O Sentido da vida

Texto: Jó 10

"... Não tenho o direito de levantar minha cabeça porque os pensamentos são da minha mente, os sentimentos são do meu coração, o meu corpo é do pó e a minha alma é tua! Me envergonho porquê não me resta nada, nada é meu. Não sou nada Senhor! Porque me fizeste nascer? Antes eu nunca ter existido."

Jó expressa a real condição do homem. São questões teológicas e filosóficas em evidência. Não nascemos para nós mesmos por isso somos apenas dispenseiros ou mordomos. Tudo que "temos" ou "somos" é para Deus, o estado contrário a essa realidade constitui rebelião contra o governo maior. O estado contrário a essa verdade deixa a vida sem sentido, leva-nos ao tédio e a frustração, priva-nos da verdadeira alegria e satisfação.

O sentido da vida está em servir e em ser útil, só assim podemos vislumbrar propósitos. O homem teria o mesmo fim que toda outra criação terrena se não fosse a filiação proposta em Cristo Jesus, nasceria, viveria e morreria. Esse ciclo mostra exatamente a vaidade, a falta de um propósito elevado, a falta de sentido na vida.

Deus em Cristo estabeleceu um sentido para nossas vidas, e, fora de Cristo a vida perde todo sentido.


Charly 
continua...

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O mau de não nos sentirmos compreendidos

 O mau de não nos sentirmos compreendidos

Jó 10.1-22

Eu quero escrever toda essa referência numa paráfrase para você considerar realmente o estado emocional de Jó:
"Estou entediado da vida. Minha amargura não me deixa ficar calado: Deus, não me tenha por petulante e inconveniente, só me diga o porquê. Seu silencio me faz entender que ficas feliz com o meu sofrimento. O Senhor pode me entender? O Senhor não é um homem como eu, não sabe o que é ser limitado, como posso esperar que realmente me entendas? Sabes que não pequei, sabes tanto quanto eu mesmo o sei, porém, isso não quer dizer absolutamente nada, minhas obras não me servirá de justiça. Lembra-te da minha fragilidade, vivo é pela graça que me concedes. Não tenho o direito de levantar minha cabeça porque os pensamentos são da minha mente, os sentimentos são do meu coração, o meu corpo é do pó e a minha alma é tua! Me envergonho porquê não me resta nada, nada é meu. Não sou nada Senhor! Porque me fizeste nascer? Antes eu nunca ter existido."

Mais do que uma profunda depressão Jó revela toda uma verdade sobre nossa existência e real situação: Somos frágeis, vaidade, passageiros.

De acordo com essas considerações a vida não tem sentido algum. A questão é: isso seria verdade? Jó teria razão? Pensa aí um pouco.

Vou falar sobre isso no próximo artigo.

Mas antes preciso lembrar uma coisa: Deus por 33 anos viu com olhos de carne, como homem Deus experimentou a vida, sentiu exatamente tudo e mais um pouco da realidade humana, para que não mais restassem dúvidas como essa abordada pelo patriarca Jó.

Deus compreende exatamente o que você está sentindo.

Charly 
continua...

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Reconhecimento da dimensão Divina

Reconhecimento da dimensão Divina

Jó 9.33-34 e 3

É bom saber com quem nos envolvemos. Ter uma ideia da pessoa com quem exercemos relacionamento, mesmo que não compreenda toda a pessoa em si, devemos ter uma mínima noção de quem é aquele com quem estabelecemos relação.

Jó tinha uma noção da extensão e dimensão da pessoa de Deus. Jó sabia exatamente quem era, e isso facilitou a compreensão de quem Deus seria: Jó criatura, Deus criador, o que já nos coloca exatamente em nosso lugar, e, apresenta o nível da pessoa que está do outro lado da linha.

É gritante nossas diferenças. Não há nada nem ninguém que avaliará as regras de boa convivência entre nós e Ele. Não que isso implicará em injustiça, mas sim implica em controle, e em definições tais como de quem é apto a exercer governo.

Ainda assim Jó profere uma profecia que um dia poderia falar sem temer, mas ainda não era naquele momento. Referia-se inconscientemente a quando se manifestasse aquele que intercederia por nós.

Charly 
continua...

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Dificuldade de percepção

Dificuldade de percepção

Texto: Jó 9.11

Interessante como Jó inicia seu discurso neste capítulo trazendo a tona a soberania de Deus, sua pomposidade, sua grandeza, seu poder absoluto e controle, mas em seguida declarando que "ainda" assim por vezes não consegue notar a Deus.

Isso nos leva a considerar algumas coisas sendo a primeira delas que Deus não nos deve nenhum tipo de explicações, e a segunda e mais conectada ao contexto e estado de Jó, é que nossa dor e sofrimento por vezes levam-nos a nos distrairmos a ponto de não considerarmos o óbvio.

Fácil falar de propósitos em nossas lutas, dores e sofrimentos, difícil aceitar e interagir de maneira lúcida nessas ocasiões. A dor cala os sentidos racionais, ela bloqueia a percepção de que há um objetivo maior ou mesmo que há alguém no controle, porque para quem sofre não é suficiente dizer que Deus está no controle quando se nota que quem sofre esta totalmente descontrolado. Não há como perceber nada a não ser o rosto molhado e inchado de lágrimas, os olhos fundos e escuros por noites perdidas.

É difícil cobrar compreensão de quem tá gritando de dores. É desumano cobrar esse tipo de percepção de quem está sofrendo.

O aprendizado só pode ser alcançado depois de aplicada a lição, portanto na trajetória nada se aprende, só se sente, o aprendizado vem depois com as considerações, com a apuração. Por isso a nossa vida se associa a ciclos, no fim de cada um se manifesta nosso crescimento, por isso o tempo, os anos, as estações, dias e fases da vida. E, a necessidade de sabedoria ao fazer apontamentos.


Charly 
continua ...

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Acusações, resultados de uma falsa teologia

Acusações, resultados de uma falsa teologia

Texto: Jó 8.3-6

"Está tendo exatamente o que merece..." esta é sem dúvida a mensagem de Bildade a Jó. Uma impiedosa observação. Mas, conforme comentário daewresBíblia de estudos Despertar "se sempre recebêssemos de Deus o que merecemos, todos nós seríamos de pronto destruídos".

Bildade estava em parte certo na sua teologia, mas errou na aplicação do entendimento dela. Deus mesmo testemunhou a favor de Jó, é o suficiente para entendermos que não se tratava de punição, por mais que possamos supor ajuste e aperfeiçoamento.

Percebemos a pronta acusação, a falta de misericórdia que pessoas de fora por ignorarem a soberania de Deus e propósitos, acabam por desferir contra os que sofrem os reveses da vida. 

"Não é nosso dever supor o propósito da dor de uma pessoa, mas sim oferecer conforto e assistência".

Muita das vezes o conhecimento leva-nos a exercer o juízo sobre os outros e não a colaborarmos com eles para o bem. Muitos conhecedores se tornam avaliadores da vida, como se houvesse a necessidade de nossos apontamentos e definições para o que já vem e está definido. Ao invés de procurar respostas considerando situações e circunstâncias o homem quer apenas tê-las prontas orgulhosamente para não passar por mero apreciador da vida, demonstrando de certa forma "conhecimento". Um conhecimento superficial que descarta a experiência. Não é propósito da sabedoria ter as respostas mas possuir o entendimento e compreensão a respeito delas. Não é nada inteligente padronizar o que em gênero e grau é por natureza diferenciado. Não podemos exigir que o mistério da vida seja decifrado sem querer usurpar o lugar do Criador.

Toda tentativa de sistematizar Deus e seu modus operandis é pretensão e soberba humana.

A teologia que busca respostas para tudo não é resposta para vida prática, pois não admite tempo para reflexões e mudanças próprias necessárias. Essa teologia cuida da vida alheia dificultando acesso a nossa própria necessidade de vida. É a mesma de contemporâneos de Cristo, que coavam mosquitos e engoliam camelos, que se ocupavam com ciscos nos olhos dos irmãos, tendo uma trave enorme de madeira nos próprios olhos.


Charly 
continua... 

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Desilusões

Desilusões

Texto: Jó 7.7

"... meus olhos jamais tornarão a ver a felicidade".


Pelo contexto que descreve o momento, Jó estava num estado físico deplorável; múltiplas infecções subcutâneas, bichos ou vermes acelerando a putrefação de sua pele. Há estudiosos que contam que nesse estágio da doença de Jó, ele já se encontrava isolado numa cova não muito rasa, um modo de evitar que o cheiro da corrupção de seu corpo ofendesse a seus amigos sendo levado e espalhado pelo vento no ar ambiente.

Jó percebeu desassossego, como confessado no capítulo 3 verso 25 e 26, o que exatamente temia. Percebeu a desesperança sobrepondo o novo dia. O próximo dia já perdeu o significado de "novo", agora não passava de apenas mais outro dia. Desiludido, Jó não mais podia esperar alívio.

Suas aflições chegaram até mesmo a seus sonhos, desesperado Jó considera poder ter de fato pecado, e pede misericórdia (verso 20 e 21).

A desilusão instala-se quando experimentamos condições de vida diferenciada e percebermos, concluímos, apuramos mesmo resultado. É a falta de esperança, é quando não existe mais sonhos, só restando pesadelos. Por condições de vida diferenciada me refiro a compreender que a nossa realidade não muda de dia ou de noite, acordado ou dormindo, na sobriedade da vida ou mesmo entorpecido. Não há alívio.

Salomão entendeu também isso vivendo o "melhor" da vida. Toda suntuosidade, glamour e glória não foi capaz de retirar de sobre ele, a desilusão da vaidade da vida. A falta de propósito é depressiva, o desconhecido é depressivo, a ignorância é depressiva, a incapacidade é depressiva, e tudo isso ocasiona a desilusão.

Jó passa por essa situação vivenciando os reveses, Salomão passa pela mesma situação vivenciando a fortuna. O que podemos concluir é que a desilusão advém da falta de respostas satisfatórias sobre a vida.


Charly 
continua...

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Argumentos vazios

Argumentos vazios

Texto: Jó 7.25


" ... o que é que o vosso argumento prova?"


É necessário evidências, fatos que se podem provar, argumentações vazias são apenas discursos sem propósitos. E, discursos sem propósito não passa de conversação tola.

Jó neste exato momento está provando do seu próprio "veneno" no que diz respeito a considerações vazias a respeito da vida. Notemos que Jó era um conselheiro, homem de referência em todo o Oriente Médio da época, isto é verificável no princípio da fala de seu amigo Elifaz, e agora neste capítulo em evidência quando a informação de que sua casa era uma rota comercial na qual muitas caravanas buscavam orientação e negócios. 
Quantos conselhos vagos Jó não deveria ter dado até aqui? Considerando apenas o que a vista lhe concebia. 
Guiado por seus achismos sobre as questões, quantas definições cruéis e sentenças absurdas Jó não compartilhou com seus amigos?

Agora na posição de alvo de conselhos e considerações Jó vê o quanto estava longe da verdade a ideologia que formaram sobre a vida, o colégio de sábios da época do qual ele era o principal membro.

Sabe o que é? Aprendemos que as coisas não são bem assim como imaginamos. Que antes de qualquer sentença a imparcialidade deve entrar em campo buscando fazer com que nós nos colocamos exatamente no lugar dos alvejados pela inquirição.

Você consegue entender isso? Jó conseguiu quando teve que experimentar os reveses da vida, para só assim poder com propriedade falar, ministrar, aconselhar, discutir sobre eles.

O que tem de pessoas querendo argumentar sobre aquilo que não compreendem não esta no gibi. Jó foi um deles com certeza! Agora Jó estava noutra posição, agora podia entender os dois lados da situação, não demorando a protestar: "... vocês querem me corrigir? A mim que estou sentindo na pele todo esse desespero? Vocês não respeitam a miséria de ninguém, o órfão vocês negociam e o amigo vocês vendem. Olhem para mim, vocês me conhecem, já estive com vocês fazendo as mesmas considerações sobre outras pessoas, estou mentindo? Mudai de parecer, não sejais injustos, pois minha causa é justa. Ou acham que não posso discernir o certo do errado?"

Argumentos válidos são aqueles feitos com propriedades.


Charly
continua...

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Estado de depressão

Estado de depressão

Texto: Jó 6 versos 1-2, 5 e 7-9

É bem notável o que o acúmulo de sofrimento ocasionou a Jó: Considerando os reveses econômicos e físicos que se abateram sobre aquele homem, vemos nestes versos em referência registrados no capítulo 6, Jó em um enorme estado de depressão.

É bom notar bem isso para não espiritualizar por demais a depressão; porque somos tendenciosos a demonizar toda enfermidade. Não estou fazendo apologia positiva de algo tão negativo como as doenças, mas, cuidando para que extremismos não roube a solução e cura de pessoas que clamam pelas mesmas.

Depressão é um estado da alma como a alegria, tristeza, paz e medo? Não. Não porque é uma anomalia. Depressão é uma anomalia decorrente  do tempo de permanência nestes estados negativos (medo e tristeza), o que faz se agravar  numa síndrome, ou melhor, numa doença psicossomática.

É natural e faz parte da vida algumas oscilações, estas oscilações é que permitem nosso desenvolvimento. Problemas são manifestos quando se permanece tempo demais em um estado ou  outro. Veja por exemplo, constante estado de paz e alegria pode nos levar ao comodismo, a preguiça, ociosidade e consequentemente a irresponsabilidade. O contrário será verdadeiro, a permanência no estado de tristeza e medo nos levará a depressão e ao pânico.

Deixa-me fazer uma ressalva porque é bem provável que você esteja murmurando aí: então, se você pensa que a "alegria e paz no Espírito Santo" que viveremos no porvir diz respeito a uma permanência neste estado assimilando ao mesmo a falta de trabalho e a ficar na farra a eternidade "inteira" você está todo errado. Na verdade você tem é uma mente medíocre e preguiçosa, muito provável que você nunca chegue neste estado, que não é nada mais que a satisfação e contentamento.

Mas voltemos a Jó: por toda aquela angústia ele se torna alguém precipitado nas palavras, talvez lhe faltasse paz para pesar as considerações e articular bem seu discurso. Jó começa inquirir absurdos; "boi reclama de barriga cheia?", acredito que aqui ele tenta fazer-se entender que não tinha a mínima ideia sobre a causa de seu sofrimento, tenta mostrar sua plena insatisfação em número e grau. Não há em Jó desejo de se alimentar, e passa a considerar a morte como um alívio. Sintomas da depressão?

Claro que sim! E um alertar para nós que nessas ocasiões, diante dessas pessoas que sofrem este tipo de situação, não atentamos para a miséria deles. Deles não terem a mínima ideia do porque estão passando por isso, e nós insensíveis atribuímos o estado deles a pecados e demônios, não somos diferentes dos amigos de Jó.

Talvez a única maneira eficaz de tirar uma pessoa de um estado de espírito é maquiando outro estado mesmo, isso a farmacologia o faz, e faz bem, tanto que faz da pessoa um dependente compulsivo.

A outra forma de maquiar um estado de espírito é transmitir, é pelo contágio, pela influência, estou dizendo é que você sã e cheio de Deus pode oferecer instantes suficientemente curativos e a própria cura para alguém que sofre ou está sofrendo do mal da depressão (Davi e Saul, nos episódios em que Davi tocava harpa aos ouvidos de Saul).

No caso de Jó era bem visível o motivo que ocasionou a depressão, a perda, o sofrimento oriundo da miséria sem motivos aparente que foi identificado e sanado no último capítulo de seu livro. Aquele ciclo se finda e dá-se início a outro contrário a perdas, e a sorte de Jó é restaurada.

Deus e pessoas vão cooperar com Jó, lembre-se disso, porque somos tendenciosos em caso como esse deixar tudo para Deus.


Charly 
continua ...

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A mais fiel consideração teológica

A mais fiel consideração teológica

Texto: Jó 4.13, 18 e 27

Agora não se trata de uma consideração aberta a discussão; é algo já definido a respeito de Deus; Interessante isso porque beira insanidade qualquer tentativa de definição a respeito de Deus. Mas vemos aqui a essência da Teologia bíblica, da verdadeira teologia que define a respeito de Deus uma das únicas proposições dignas de confiança que é "A DEUS NINGUÉM PODE DEFINIR". "Sábios são apanhados na sua astúcia" e contrariados sempre que tentam definir Aquele cuja definição exata foge a nossa compreensão, muito mais quando querem traçar seu modus operandis.

Apenas uma coisa podemos entender com verdade a respeito de Deus, Ele é soberano nas suas ações: "Pois faz a ferida e também a cura".

Pode-se discutir a soberania de Deus? Se há lugares que não se pode discutir a soberania de um simples governador!? Nós homens somos por demais pretensiosos.

Como o livro de Jó trata da questão do sofrimento humano, percebemos homens discutindo e Deus através dos próprios homens revelando que no que diz respeito a vida a última palavra é sempre a dEle.

Sei que a priori é muito profundo essa consideração, mas se torna simples quando o homem entende seu lugar na criação, no universo e no propósito Divino.


"Pode o barro dizer ao oleiro que fazes?"

Charly 
continua...

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O sofrimento é algum tipo de consequência?

O sofrimento é algum tipo de consequência?

Texto: Jó 5.1-7

"E o homem gera seu próprio sofrimento..."


Mais uma consideração filosófica sobre questões existenciais da vida. O sofrimento é apresentado como consequência direta das ações do próprio homem. A ideologia reinante sobre essa questão atravessou milênios até a manifestação de Cristo, percebemos a mesma presente no registro do evangelho de João capítulo 9 verso 1, onde os discípulos questionam: "Mestre, de quem é a culpa pelo sofrimento desse homem, dele mesmo ou de seus pais?"

Uma dedução lógica que perceberemos  não ser verdadeira. Pode algo assim? Sim! Se considerarmos propósitos mais elevados: veja o que acontece na fusão de elementos, não importa a quantidade de elementos adicionados o resultado sempre será igual a um (1+1+1+1+... = 1), percebe-se o resultado verdadeiro fugindo da lógica matemática.

"Apanhando sábios na sua própria astúcia" Deus contraria a filosofia humana desprovida da inspiração eterna, classificando-a por vã. Jesus na ocasião respondeu a seus discípulos: "nem este homem tem culpa, nem seus pais a tiveram".

Há simplesmente um propósito em tudo, a este propósito devemos estar atentos. Aperfeiçoamento, aprendizagem, experiência e capacitação, são desculpas ou motivos maiores e mais dignos para entender reveses da vida do que culpas e acusações de pecados ou erros passados.

Deus nunca se preocupou com culpados, Deus se preocupou com soluções. Deus não se preocupa com e nem aceita desculpas, Deus considera e oferece o perdão.

Sofrimento é uma crise que opera na transformação do estado humano qualquer de aperfeiçoamento.

Charly 
continua..

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Experiência improdutiva

Experiência improdutiva

Texto: Jó 4.13-21

Como sabemos a experiência valida e autentica o ensino, a doutrina. Portanto é de suma importância vivenciar o que temos por ensino; a experimentação quanto mais profunda for, fará com que a mensagem deixe de ser apenas palavras para se tornar princípios que norteiam uma vida.

Mas temos neste texto, algo esclarecedor a cerca de experiências: "o que não pode ser estabelecido como princípio não traz edificação alguma”. Bem mesmo ao contrário, o que em nossa vida não passa de filosofia não pode servir de princípio.

A experiência narrada por Elifaz traz as seguintes características: "segredo, sussurros, espanto, terror, arrepios, vultos, falta de clareza, voz abafada", enfim, nenhum entendimento. Uma experiência mística, a supervalorização de deduções questionáveis.

Tenho certeza que é exatamente essa a classificação desta experiência narrada por este amigo de Jó, "superficial, improdutiva, inconsequente e agora questionável". Até porque, no final desse livro, Deus reprovará tudo o que sobre Sua Pessoa, foi dito por Elifaz (42.7).

Ao identificarmos essas características em nossas experiências devemos perguntar a nós mesmo que tipo de espírito é esse? Pois é perceptível o engodo e a tentativa de desorientação.

Experiência digna de crédito é aquela onde se percebe a transparência, clareza e objetividade do que é proposto. Onde percebemos o fim últil da experiência, não dúvidas, divisões, apontamentos de condenação, ceticismo, a supervalorização da experiência e não o objeto da experiência.

O mais importante para alguns é sentir o arrepio, é ver o vulto, já para nós é e deve ser levar e viver a mensagem que Deus não despreza em momento algum o homem, antes sempre proporciona meios de aproximar e resgata-lo.

Charly 
continua...

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Inversão de papeis

Inversão de papeis

(anexo considerações da teologia da época)
Texto: Jó 4.1-10

Claro que ao fazer menção de "teologia da época" nos referimos a ideia reinante sobre o assunto, neste caso explícito, a RETRIBUIÇÃO.

Elifaz como um "bom" teólogo deduz perversamente a respeito de Deus seu "modus operandis", isto é, toda previsibilidade de Deus! Que ousadia, que absurdo!

A maior parte dos diálogos contidos neste livro trata dessa cadeia de pensamento, onde se busca aprisionar Deus.  O fim dessas ideias evoluídas no decorrer do livro é o mesmo de muitas hoje propagadas por nós, amantes da teologia moderna, a reprovação de Deus.

Mas quero falar de outra questão bem mais evidente nessa passagem, bem mais simples do que essas considerações teológicas filosofadas pelo amigo de Jó. Quero falar dessa INVERSÃO DE PAPEIS a princípio bem elucidada por Elifaz:

"É você Jó que costumava estar do lado de cá aconselhando, inquerindo, filosofando sobre os possíveis motivos dos reveses da vida vivenciados por outros, e agora veja só: agora é a sua vez! Sua vez de ser questionado, estudado, até mesmo, ajudado."

Minha paráfrase do texto acima deve ter te ajudado a entender a questão. Agora como se sente Jó? Pelo menos Elifaz se mostra interessado em saber se "Jó aguenta" ficar do lado de lá.

Como isso nos chama atenção! Facilmente estamos do lado de cá apontando e deduzindo, criticando e considerando questões alheias. Mas e quando somos nós que passamos pelos apertos da vida? Quando o problema é todo seu e não do outro que você estava acostumado a aconselhar? Será que você aguenta?

Percebe-se que Jó começa a entender sobre isso de uma forma melhor que antes. Lá no capítulo 10 a frente, verso 4, Jó apela a Deus dizendo: "e o Senhor? Tem olhos de carne? Consegue ver e entender, sentir como eu me sinto?" Jó argumenta com Deus na mesma linha de pensamento ou raciocínio de Elifaz.

Percebemos uma coisa, Deus esperou alguns séculos para responder essa pergunta de Jó, digo, responde-la de forma a não deixar dúvida alguma para todos nós, quando por 33 anos "viu com olhos de homem".

Mas então, a questão é: você aguenta quando nos altos e baixos da vida os papéis se invertem?


Charly
continua...

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O fundamento de toda crise

O fundamento de toda crise

Texto: Jó 4.25 "... me sobreveio o que mais temia, e aconteceu o que me apavorava."

Como é rica a palavra de Deus! Também não poderia ser diferente. Já parou para notar que acaba acontecendo aquilo que mais receamos que nos aconteça? A teoria do caos tenta explicar isso, as Escrituras demonstram:

O que tememos nos sucede, o que está ruim, não se engane, vai piorar... Entendo você resistir essa realidade, porque é dolorosa e parece cruel. O que não entendo é nós, não nos convencermos da necessidade de passar por essas crises.

Ainda no colegial aprendi uma coisa interessante sobre "crise": "só as crises possibilitam mudança" de um estado para o outro. Isto é bem experimentado e inteligível nos estados físico da água, sim, me refiro ao estado líquido, gasoso e sólido, todos propiciados por crises.

Mudança nos nega comodidade, rouba-nos o conforto, e só ocorrem em circunstâncias extremas.

Nossos medos estão diretamente associados com os obstáculos que devemos transpor para a mudança necessária em nós. E, essas mudanças só ocorrerão quando na crise suplantarmos todos estes obstáculos.

O medo de Jó era exatamente o nosso medo: falta de tranquilidade, falta de descanso, falta de sossego, falta de paz, uma constante perturbação.

Nota: Vrs 26

Charly 
continua...

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Crises

Crises 

Texto: Jó 3.11

Demorou um tempo significativamente grande para Jó perder a linha. Até então ele se manteve firme, centrado, reflexivo, buscando respostas, uma solução acredito, talvez, aguardando uma reviravolta maior do que foi a sua ruína.

Mas Jó não suportou, em um momento começa a considerar sua morte, na verdade começa a considerar que não existir ser-lhe-ia menos penoso.

Se formos justos perceberemos que pelo menos mais motivo do que muitos "arregões" Jó teve. Mas a questão por traz do desespero, da crise de Jó, é o "propósito", e, outro fato a considerar é a nossa "limitação".

Qual propósito? Você acha mesmo que existe um limite? Vou ser bem claro com você: o limite está atrelado ao propósito.

Mas você pode me perguntar o que Deus poderia querer ensinar mais a um tipo de pessoa como o patriarca Jó? Homem tão admirável como ele, que possuía o testemunho do próprio Deus?  Para quem já leu todo o livro não será difícil entender ou perceber que Jó era religioso, uma referência na sua terra, e consideravelmente sábio. Jó tem a característica daqueles que possuem a verdadeira sabedoria, íntegro, reto, TEMIA a Deus e desviava-se do mal.

Difícil decifrar o propósito, mas temos fortes indícios que Deus pretendia elevar Jó a outro grau de relacionamento e intimidade com Ele. Quando é declarada a pobreza das argumentações de Jó por Deus, e o próprio Jó  declara que seu conhecimento era superficial a respeito de Deus percebemos provável propósito: aperfeiçoamento.

O limite... crise que não se acaba! Problema que parece não ter fim... Você consegue perceber que a princípio Jó era um protótipo de homem perfeito? Suas primeiras declarações impactam e motivam a resistência de qualquer pessoa. Mas conseguem notar também que Jó se rende e confessa a Deus um "conhecimento" vago e presunçoso? Que Jó confessa uma filosofia que é fadada ao ridículo quando ousa decifrar a Deus? O silêncio inicial de Jó não foi tão forte a ponto de estabelecer limite para o propósito, é inversa a situação, enquanto o propósito não se estabelece os limites vão sendo forçados!

Pode durar mais que você pode imaginar! Que medo não é? Mas Deus só termina quando toda lição é passada.

"Porque não morro de uma vez?" Porque mortos não aprendem, não se relacionam, não se aperfeiçoam.

Engraçado que Jó deveria saber disso, veja os versos 17 até ao 19 do capítulo em evidência. Jó falava bem mas não tinha propriedade no que falava.

A Crise termina quando nós aprendemos a lição.


Charly 
continua...

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A mensagem do silencio

A mensagem do silencio

Texto: Jó 2.13

É provável que todos nós já passamos por esse tipo de experiência onde não há mesmo o que falar ou ser dito, e certo que dificilmente deixamos de falar alguma coisa.

Devemos aprender a respeitar o momento. O ficar em silêncio em algumas ocasiões é o melhor que devemos fazer. Claro que é fácil quando esse "silêncio" não passa de minutos, mas realiza aí você esta ocasião: "sete dias e sete noites"!

Tempo que exprime respeito e consideração com a dor ou sofrimento alheio. Que pesa palavras e considerações para evitar precipitações. O que afinal das contas podemos dizer com retidão a cerca do sofrimento? Quais os fatores associados a ele? O que pode justificá-lo?  Toda a discussão deste livro gira em torno dessas questões, revelando outras.

Vamos torcer para obter respostas.

Charly 
continua