sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Acusações, resultados de uma falsa teologia

Acusações, resultados de uma falsa teologia

Texto: Jó 8.3-6

"Está tendo exatamente o que merece..." esta é sem dúvida a mensagem de Bildade a Jó. Uma impiedosa observação. Mas, conforme comentário daewresBíblia de estudos Despertar "se sempre recebêssemos de Deus o que merecemos, todos nós seríamos de pronto destruídos".

Bildade estava em parte certo na sua teologia, mas errou na aplicação do entendimento dela. Deus mesmo testemunhou a favor de Jó, é o suficiente para entendermos que não se tratava de punição, por mais que possamos supor ajuste e aperfeiçoamento.

Percebemos a pronta acusação, a falta de misericórdia que pessoas de fora por ignorarem a soberania de Deus e propósitos, acabam por desferir contra os que sofrem os reveses da vida. 

"Não é nosso dever supor o propósito da dor de uma pessoa, mas sim oferecer conforto e assistência".

Muita das vezes o conhecimento leva-nos a exercer o juízo sobre os outros e não a colaborarmos com eles para o bem. Muitos conhecedores se tornam avaliadores da vida, como se houvesse a necessidade de nossos apontamentos e definições para o que já vem e está definido. Ao invés de procurar respostas considerando situações e circunstâncias o homem quer apenas tê-las prontas orgulhosamente para não passar por mero apreciador da vida, demonstrando de certa forma "conhecimento". Um conhecimento superficial que descarta a experiência. Não é propósito da sabedoria ter as respostas mas possuir o entendimento e compreensão a respeito delas. Não é nada inteligente padronizar o que em gênero e grau é por natureza diferenciado. Não podemos exigir que o mistério da vida seja decifrado sem querer usurpar o lugar do Criador.

Toda tentativa de sistematizar Deus e seu modus operandis é pretensão e soberba humana.

A teologia que busca respostas para tudo não é resposta para vida prática, pois não admite tempo para reflexões e mudanças próprias necessárias. Essa teologia cuida da vida alheia dificultando acesso a nossa própria necessidade de vida. É a mesma de contemporâneos de Cristo, que coavam mosquitos e engoliam camelos, que se ocupavam com ciscos nos olhos dos irmãos, tendo uma trave enorme de madeira nos próprios olhos.


Charly 
continua... 

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