sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Respostas? (Considerações)

Respostas? (Considerações)

Texto: Jó 38.1 e.40.6

Quero frisar esta questão procurando fazer você notar algo o que a princípio pode soar de forma muito estranha: falando sobre RESPOSTAS, e estas no que diz respeito a Deus, percebemos a figura de "redemoinhos" e "tempestades" no processo de "entendimento" ou "conhecimento" DEle. Isto é, vamos ver um dos meios pelo qual se manifesta as respostas de Deus.

"Redemoinhos" são formados por forças de vento contrário, e, geralmente se formam durante uma tempestade. Interessante notar que Deus começa do fim! Quero dizer que Deus se manifesta naquilo que pela ótica humana seria o estágio final e não no princípio, na formação ou durante a "tempestade", embora esteja também ali presente.

O processo natural e esperado seria notarmos a formação da "tempestade" seguida por "redemoinhos" e numa alusão a dificuldades da vida percebermos Deus já presente no início dessas tribulações, mas, não é como pensamos!

O relacionamento se solidifica durante as dificuldades e tensões, ou se acaba de vez. Jó aguentou o suficiente, até o último estágio e ouviu a voz de Deus, a resposta.

Chegar ao último estágio, aqui para nós, não é para qualquer um. Então não vá se iludindo, tem de ser forte e convicto como este homem.

O aperfeiçoamento só ocorre quando chegamos até o final de um processo, nos ventos fortes e contrários, onde somos desarmados, este momento perigoso e destrutivo onde nos esvaziamos de nós mesmos.

Você quer ouvir mesmo a Deus? Está pronto para SUAS respostas?

Charly
continua...

Obs. Se você leu o texto até aqui, sem a ideia mínima da referência bíblica em questão, sinto muito te dizer mas você não está pronto para relacionamento nenhum, porque suas prioridades ainda são você mesmo, seu tempo é sobremodo valioso, digo, mais valioso que uma resposta de Deus. É simplesmente inadmissível procurarmos relacionamento sem dar importância e atenção a quem nos relacionamos. Salve guarda se você já sabe do que trata a referência.


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Respostas?

Respostas?

Texto: Jó 38-41

Começa aqui as considerações de Deus: Interessante notar que é Deus quem fala por último! A última voz que se faz ouvir na vida de Jó é a voz de Deus.

Conhecido como o livro das sete vozes: Diabo, mulher de Jó, Elifaz, Bildade, Zofar, Eliu, o próprio Jó tiveram suas considerações, mas agora Deus interpõe. A voz de Deus ecoa diretamente a Jó!

Quatro capítulos de respostas que simplesmente desestrutura argumentações humanas. Aqui dá início a uma provável resposta de oração, claro, é uma conjectura minha, mas sabe-se lá, que o que Jó mais pedia naquela época, período pré "tribulação", era ouvir literalmente a voz de Deus? Sabe-se lá se Jó durante suas orações passada clamava por mais intimidade e contato com Deus? Sabe-se lá se Jó considerava a história de Adão e de suas "intermináveis" experiências no "discipulado" no Éden? 

Você já parou para pensar como seria bom e interessante, recompensador e de grande valia "conhecer" a Deus desta forma? Claro que sim! Você já pensou nisso.

A priori Jó podia estar vivendo a resposta de sua mais sincera oração.

Vemos Jó questionar toda sua situação, desconsiderando a possibilidade de tudo aquilo (me refiro a seu sofrimento) ser apenas o "meio"  que o deixaria apto a uma compreensão maior das coisas, e, apto a comparecer diante de Deus.

Sim, apto para comparecer diante de Deus... calado, vazio de si mesmo, com nenhuma argumentação, sem arrogância ou prepotência.

No capítulo 40 no verso 4 a 5 Jó declara: "eu realmente não estou apto... não vou falar mais nada, não estou apto"!

Não é conhecimento ou religiosidade que nos tornaria dignos e aptos a relacionamento íntimo com Deus, sempre será a "graça", sempre a "misericórdia" divina que nos proporciona esse tipo de experiência, nunca nosso braço, nunca nossa força.

Se em um "sinergismo" duas forças cooperam "juntas" devemos reconsiderar o termo teológico e reajustar o conceito dizendo que em relacionamento com Deus (comunhão/ Salvação/ Justificação/ Regeneração/ Glorificação) a ação primária é sempre de Deus e a resposta secundária sempre  do homem (Santificação).

Enfim, a resposta de Deus a Jó pode ter começado justamente no diálogo, o assunto de toda "conversação" já não podem ser classificado como respostas diretas, pois não passa de perguntas, discipulado.

É provável que você nem considerou isso e está ainda esperando "satisfações" da parte de Deus.

Vai esperando...

Charly
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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

As considerações de Eliú

As considerações de Eliú

Texto: Jó 32-37

Podemos resumi-las no verso 23 do capítulo 37 que diz:

"Deus está além do nosso alcance..."

Percebemos que Eliú desfere suas considerações em contra posição a atitude de Jó em insistir em justificar-se. Precisamos entender bem isso para não partirmos para considerações convenientes:

Louva-se a firmeza de Jó em se declarar puro, e sua "pureza", no que diz respeito a retidão foi comprovada ou atestada pelo próprio Deus no começo do livro. Entendemos, portanto que Jó não estava errado de manter sua posição de inocente. Sejamos coerentes no que diz respeito a isso. Jó estava agraciado por sua consciência limpa, e isso é simplesmente inspirador para nós outros.

Mas vemos aqui Eliú o corrigindo por toda essa segurança. Na verdade precisamos compreender que Jó é corrigido por Eliu por implicar com Deus questionando sua justiça. Jó deixa em dúvida e a todo instante de sua auto justificação põem em cheque a justiça de Deus. E, isso deixa Eliu indignado (Jó 34.5-7).

Eliu apresenta a Jó que Deus não apenas é Justo como também misericordioso (Jó 33.26-29), e ainda apela para a percepção de Jó tentando fazê-lo entender que Deus não se cala! Se nós O questionamos, não que Ele nos deva respostas, mas pela sua graça Ele nos fala, embora não atentamos para ouvir (Jó 33.12-15).

Eliu afirma a Jó que há uma causa embora possa até mesmo não ser aparente, pois Deus não é injusto e seja qual for, terá lá Seus propósitos (Jó 34.10-12)! E Eliu vai mais longe ainda dizendo que ninguém pode passar despercebido diante de Deus e que se Deus quiser achará sem dificuldade um motivo para nos fazer ir a "juízo" (34.23).

Uma pergunta de Eliu demonstra a aptidão divina para o governo (34.17), Deus é totalmente e inteiramente apto a governar! E isso não quer dizer que o exercício do governo Lhe beneficia (35.6-8), mas que Ele governa porque nos ama e quer garantir para nos o máximo bem estar.

A vida de Jó foi inquirida por seus amigos, Deus foi inquirido por Jó e Eliu agora leva-nos a inquirir a nós mesmos: "sabes tu como Deus controla, domina, governa?...." (Jó 37.15...)

"O todo poderoso está além do nosso alcance, é exaltado em poder, em sua justiça e retidão a ninguém oprime... e não respeita a ninguém que se intitula mestre." Jó 37.23-24

Uma conclusão é  considerada antes do fim das argumentações: "Quão grande é Deus e nós não o compreendemos..." (Jó 36.26) - importante perceber e entender isso para não buscarmos "analisar" ou pesquisar a Deus procurando defini-lo num todo apenas por seus atributos comunicáveis.

"Há atributos de Deus que uma vida toda não nos habilitará a conhecer", exemplo maior, SUA ETERNIDADE.


Charly
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(Com notas a ministração de Teologia do Pr Giovanni de Jesus aula de 03/09/2016)

terça-feira, 27 de setembro de 2016

A pressão do dever

A pressão do dever

Texto: Jó 32.16-21

Interessante como se porta Eliú diante de toda essa situação... e mais interessante ainda é notarmos que apesar de mais novo este homem não agregou à sua juventude a precipitação.

É bom atentarmos para isso, pois a principio consideramos digno de atenção só os conselhos provenientes da idade avançada como que sinal de experiência. Eliú desmistifica essa estória nos mostrando que ser sábio não é falar muito e muito menos esta agregado a tempo.

Antes de iniciar suas considerações Eliú confessa toda pressão que sentira até o momento; mas nota-se que mesmo sobre  "pressão" da ansiedade, ou até com toda indignação com aquele "papo furado" dos demais, Eliú não se precipitou aguardando o momento certo para fazer suas considerações:

Qual o momento certo?

Quando todos se calarem... quando se esgotarem os argumentos, quando a precipitação domina e passa a comandar o discurso por acusações e ofensas. Esse é o momento de se posicionar a favor da verdade.


Charly
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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Argumentação fraca

Argumentação fraca

Texto: Jó 32.3, 12 e 13

O fim de uma conversação sem boas argumentações é sempre o mesmo: acusações. Infelizmente há "doentes" que não suportam a ideia de que sua sistemática pode falhar. Não suportam a ideia de que não possuem respostas para tudo e que a vida não é exatamente como se "acha", mas manifesta-se como o que é.

A primeira vista onde percebem que não podem convencer disparam insultos e acusações. A teologia falha, a vida não... Interessante isso.

Claro que não será motivo para ignorar o que é óbvio dentro do que se pode perceber sobre ela, mas ainda assim a maioria de nós homens "religiosos" somos tendenciosos a interpretar a vida apenas sob nosso ponto de vista. Também tem os idiotas que se apegam a maioria, de olhos fechados, deixando outros conduzirem suas vidas. Vejo aí não a fé, mas a omissão e irresponsabilidade de alguns, talvez preguiça mesmo ou a própria ignorância disfarçada de zelo religioso.

Eu tenho que conferir, você tem de conferir, a vida é minha, a vida é sua, ninguém vai queimar no inferno por sua causa e nem gozar o céu em meu lugar para deixarmos outros decidirem e conduzirem nossas vidas.

É verdade que isso não é motivo para rebelar-se contra as evidências, mas é motivo para refletir mais sobre a razão da vida.

Eliú o mais novo, nem por isso o "conduzido", não que fosse questão de falta de humildade do mesmo em frente à voz da experiência, ao contrário, ele aguardou pacificamente e pacientemente que algo de bom e verdadeiro saísse dos lábios dos "donos da verdade", mas, como sabemos pela história, eles não falaram de Deus o que era reto.

Eliú deixa claro no verso 3 deste capítulo: "quando falta argumentação sobra condenação."

Importante para reavaliarmos alguns conceitos.

Charly

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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Fé e seu conceito genuíno

Fé e seu conceito genuíno

Texto: Jó 28.1-11 e Hb 11.1

Acredito que vale a pena parafrasear os textos bíblicos em referência para maior compreensão, então vamos lá:

"Há lugares próprios onde se extrai a prata e ouro, o homem tem esse conhecimento e parte em busca dessas riquezas. Longe do alcance de alguns e mais acessíveis a outros, que por sua vez possuem a certeza pelo caminho que é descoberto; sinais nas rochas, filetes que apontam a vereda que outros animais ignoram. O homem percebe, nota, entende e então estende sua mão e cava, cava fundo e revolve até montes pela certeza do tesouro que ali se acha escondido."

 " A fé é a certeza, a prova, a evidência que aponta para aquilo que almejamos."

Nunca a Fé bíblica deixou de ser uma evidência baseada nos fatos que se apresentam. Nunca a Fé bíblica é uma fé cega e desprovida de entendimento. Pode até a princípio não demonstrar o entendimento, mas já aponta para ele.

O evangelho prosseguiu e chegou até a nós porque 500, 70, 12 homens estiveram com Ele após seu funeral. Porque houve testemunhas oculares de sua ressurreição, porque sua vida não foi interrompida pela morte.

Nossa Fé é certeza! Nossa Fé é aquilo que é possível! E ouse dizer para esse Deus o que não é possível. Precisamos digerir isso e dá um fim a essa fé medíocre e adulterada que procura ofender o cristianismo e nossa moral.

Ser cristão é ser o mais racional possível, é ser o mais "impossível" racionalmente! É não ser interrompido pela morte, é não ser parado pelas enfermidades, é não depender de sistema algum, é não ser limitado por circunstâncias alguma, é não sucumbir em situação nenhuma, baseado na vida de uma pessoa que sobressaiu diante de todas impossibilidades.

"Tende bom ânimo, eu venci..."

É ter certeza sempre: Essa é a Fé disponível para mim e para você.

Charly

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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Consciência limpa

Consciência limpa

Texto: Jó 31

Todo esse capítulo expressa a convicção do patriarca de estar em paz com sua consciência. Jó estava certo que moralmente não devia contas a ninguém, e isso é mesmo extraordinário! Um check-List é repassado por ele na iminência de identificar algum delito, mas:

1- A lascívia e cobiça não é notada
2- Falsidade e hipocrisia também não
3- Desvio moral algum é identificado; furto ou inveja não foram alimentados por ele
4- Adultério não o amarrou
5- Injustiça não foi exercida por ele
6- Avareza também não
7- Vaidade não lhe encheram os olhos
8- Idolatria não o escravizou
9- A vingança não foi por ele almejada
10- A grosseria e falta de generosidade não lhe foi por atributo

Jó passou o check-list e a seus próprios olhos estava convicto de falha alguma (Jó 32.1).
Impressionante isso, chamamos atenção para o seguinte fato: é plenamente possível viver sem pecar, é questão de opção e não de milagres.

No texto passado eu havia falado que iria falar da Fé que poucos de nós conhecemos, uma Fé realista. Farei isso a seguir, podia tê-la abordado dentro deste texto pelo próprio contexto do Cap. em estudo, mas a mensagem de que é possível viver sem pecar nos é mais "urgente".

Bem provável que Deus está te cobrando comprometimento com essa verdade.

Charly
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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Passado e presente

Passado e presente

Texto: Jó 29.2 e 30.1

O saudosista sempre é atropelado pela realidade. Por mais significante que nos seja as nossas recordações, elas não serão suficientes para imprimir respeito e consideração a outros.

Há aproximadamente uma semana estou preso a esse texto, nunca demorei tanto para extrair uma mensagem. Embora já houvesse definido o tema e ter lido bem as referências e seus contextos me demorei além da conta no assunto.

Percebemos Jó fazendo referência a seu passado em contraposição a seu presente, infelizmente para ele uma enorme frustração.

É claro que este tipo de comparação poderia resultar em contentamento e gozo, uma vez que se notasse desenvolvimento do passado ao presente; digo desenvolvimento, no sentido de crescimento, conquistas, benesses em geral. Mas, fugiria a realidade do contexto dessa referência.

O que achei fantástico foi a atualidade com que a mensagem me pegou. Sim, fui visitado pelo saudosismo nessa semana. Sabia todo esse tempo sobre o que escrever, mas precisava processar tudo o que me sobreveio por recordações.

Logo me peguei sendo questionado sobre o passado e o presente, situações concretas, já  definidas. Não foi mesmo a primeira vez que isso me ocorreu, mas foi a primeira vez que reagi diferente.

Bem, falando de Jó, percebemos o mesmo beirando a depressão, cheio de si e de mal com o dono da vida. Sim, Jó estava aborrecido com Deus! "Ah... fiz tantas coisas boas e agora me sobreveio apenas o mal..." (30.25-26). Geralmente aqui eu perdia a linha, o controle, me enchia de razões e chutava o balde! Você também, não é mesmo?

Fiz escolhas esta semana e entre meu passado e meu presente preferi fitar o meu futuro, evitando reviver as mesmas situações já provadas e apuradas por mim mesmo como perca de tempo, como infrutíferas, como interrupções do processo de aperfeiçoamento de Deus na minha vida.

Recordei, lembrei, me emocionei, senti lágrimas por vezes se formarem, e enfim sussurrei: "Obrigado Deus por ter me sustentado até aqui, obrigado por esta me ensinando a viver depois de aproximadamente a metade de uma vida, obrigado por toda sua paciência, e obrigado por me garantir um futuro ao seu lado."

Entre o passado e o presente caminho olhando para frente, o meu futuro, o que está certo que se manifestará e não falhará. Deus me garantiu isso e imprimiu no meu coração esta certeza.

A fé é muito mais que esperança, é certeza, é prova. Sei que você ainda não entendeu isso, por isso vou falar sobre isso em outro texto.

Engraçado notar que Jó já havia declarado sua convicção ao dizer de seu futuro: "por fim Deus se levantará sobre a terra"!  Como o sol se levanta sobre a terra Deus se levantará sobre nossas vidas! Um futuro glorioso nos espera: "Eu, eu sei que plano tenho para vós: de paz e não de males, vos darei um futuro desejável!" (Jeremias)

Mas as vezes falamos emocionados apenas, declaramos a confiança emocionados somente. Daí, vem o saudosismo e com ele as frustrações. 

Com Jó foi assim, comigo aconteceu várias vezes, até que chegou esta oportunidade, e posso te dizer que o saudosismo já não mais me incomoda!

Tenho alvos, metas e objetivos. Tenho um futuro e não me prendo mais ao passado e o presente é processado no eu fazer o meu melhor para que meu futuro seja glorioso!

É certo que será.


Charly
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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Sabedoria versus Experiência

Sabedoria versus Experiência

Texto: Jó Cap 28.12-28 e Cap 29

Há poucos meses li algo interessante sobre aprendizado, conhecimento e experiência: Confesso que é uma informação um tanto que perigosa, facilmente manipulável, "a experiência se adquiri com erros". Praticamente diz respeito a seguinte consideração: "aprendemos fazendo". 

Jó no Cap 29 traz à sua recordação a saudosa época em que como um Juiz se assentava no meio do povo. Época em que dos mendigos ao príncipe lhe era observada reverências. Época em que sua voz era aguardada e seus conselhos esperados. Época em que sua presença era sinônimo de soluções! Jó viveu intensamente esse período em sua vida a ponto de se deliciar com essas lembranças.

Toda sua experiência adquirida no trato, no realizar, na prática, dava-lhe o know how para com propriedade descrever, opinar, remeter, resolver, julgar e decidir causas, correto? Errado!

Achamos que experiência e sabedoria são as mesmas coisas, mas engana-se quem assim entende. Experiência é um tipo de conhecimento adquirido, muita das vezes com duras penas. Sabedoria é um dom. Sabedoria é uma dádiva divina. Ora essa isso está muito bem explícito nas Escrituras e até mesmo nas religiões do mundo.

A experiência é garantia de aprendizado, mas não de sabedoria. A sabedoria reporta ao conhecimento prévio de algumas coisas mesmo sem a necessidade de experimentação, baseado num tipo de referência absoluta.
Essa sabedoria que Jó possui a princípio, é justificada no seu posicionamento, "temia a Deus e desviava-se do mal'! Não na sua experimentação.

Uma sabedoria de difícil acesso, mas disponível em Deus. Todo desenvolvimento do Cap 28 nos remete a essa dedução: "mais difícil de encontrar do que as pedras preciosas encobertas nos fundamentos dos montes".

Enfim, Jó era sábio segundo o padrão das Escrituras, perfeitamente alinhado com os parâmetros dos Provérbios de Salomão, Salomão um ícone da sabedoria estabelecido posteriormente. Mas, percebemos uma coisa: Jó foi submetido a um processo de experimentação.

Paro para pensar sobre isso, é notável a necessidade de aperfeiçoamento, porque Deus não o iria submeter a todo aquele processo por uma simples aposta com o diabo. Mas ainda assim penso sobre isso com temor por perceber na vida do sábio Salomão um fator relativamente semelhante.

Ambos passam da "teoria", nesse caso aqui, a sabedoria divina, para a experimentação humana dos fatos, situações e circunstâncias. Um com total ignorância de propósito outro com toda consciência sobre o mesmo. Um conduzido a este processo por Deus, outro por sua vontade própria. Um dependente outro independente.

O que podemos falar sobre isso?

Vemos o homem no Éden sendo instruído por Deus, pela sabedoria em pessoa, mas em um momento buscando experimentar a vida vivenciando todas as sensações por si mesmo. Isso é interessante, conhecemos a história o suficiente para dizer que a experiência não é em si o caminho para a sabedoria.

A experiência vai servir para aquisição do conhecimento, provavelmente gerar até convicções, mas ainda não é suficiente para gerar princípios universais. Estes, são estabelecidos pela sabedoria absoluta, independente de minha ou sua experiência, a sabedoria nos leva a experiências, mas a experiência não nos leva a sabedoria.

Charly

Continua... 

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Revelação

Revelação

Texto: Jó 28.1-11

Interessante notar o processo de mineração já existente naquela época. Percebemos que o homem já estava inclinado à busca de tesouros e que não levava em conta a dificuldade para alcançar os objetivos na aquisição de bens. Isso remonta a vaidade é claro, mas também percebemos que não é vão o esforço de quem se dispõe a conquistar.

Isso deve ser notado, não devemos negligenciar, é notável a dificuldade e a aventura, e digo aventura porque imagine você todo um trabalho de revirar os fundamentos de um monte e não encontrar tesouro algum? Uma esperança é percebida.

Todo esforço advindo de uma esperança será recompensado! Isso nos leva a fé!

Você é capaz de cavar fundo? Se dispôr e se esforçar? Deixar o convívio de suas gentes e adentrar uma dimensão não explorada? Você sabe que poderíamos passar a falar sobre oração ou seria espiritualizar demais? Mas devemos ser espirituais ou carnais?

Notemos que toda disposição será recompensada!

Toda.

Charly
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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Divagações

Divagações

Texto: Jó Cap 25, 26 e 27.12

Ambos, Bildade e Jó expõe uma lista considerável sobre a grandeza de Deus, seu poder e domínio. Mas notamos duas observações que Jó faz dessas considerações:

Primeiramente, no capítulo 26 verso 14, Jó considera "quão pouco é o que temos ouvido sobre Deus", tenho por certo de que Jó se referia a impossibilidade de sistematizar a Deus, tenho por certo que Jó estava aqui falando que tudo o que nós sabemos sobre Deus ainda não o pode definir, de forma que Jó então parte para seu segundo apontamento:

Contido no verso 12 do cap 27, "... palavras vãs...", nos dá a ideia de que todo fechamento de questão em relação a Deus não passa de divagações! Jó entendeu perfeitamente essa verdade e começa aí seu grande discurso.


Charly
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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Outra consideração sobre percepção

Outra consideração sobre percepção


Texto: Jó 23.8-9 e cap 24

Semelhante ao capítulo 9, percebemos Jó com problemas de percepção. Desta vez não é simplesmente a dor que o impede de captar a mensagem na vida, mas nas suas considerações Jó não consegue perceber propósito para sua experiência.

A dor no capítulo 9 fala tão alto que abafa o som de qualquer outra mensagem, agora no cap 23 a ausência das respostas são tamanha que Jó não consegue enxergar objetivo algum em toda aquela situação.

No capítulo 24 Jó considera o ímpio o maligno, mas tem a absoluta certeza que estes não dizem respeito a sua pessoa, tem a certeza que não é esse o seu problema, mostra a compreensão exata do que acontece com os mesmos e fica no vazio do porque tudo aquilo está acontecendo com ele.

"Não percebo Deus ou seu propósito de nenhum lado: à frente, atrás, à esquerda ou à direita, não consigo discernir absolutamente nada." (Cap 23.8-9).

O princípio de receptividade aqui é totalmente ignorado. Eu disse no texto do cap 9 que lições só se tira no fim, mas isso não deve ser motivo para que sem confiança ignoremos que toda experiência produz aprendizado e este por sua vez o aperfeiçoamento.


Charly
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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Relação de conselhos com a verdade

Relação de conselhos com a verdade

Texto: Jó 22.21-30

É evidente que nem todos os conselhos reportam-nos à verdade (veja os versos 15-18); mas mesmo assim se relacionam com ela por na maioria das vezes exprimirem sabedoria.

Digo isso por entender que alguns conselhos trazem em si uma verdade pessoal e relativa que relacionadas a uma situação e circunstância em especial mais se aparentam com maquiavelismos.

Isto posto, percebe-se o seguinte:

1- O conselho deve ser desprovido de partidos.
2- O conselho deve se referir a valores absolutos, e deve se submeter a princípios dignos.
3- O conselho deve ter uma finalidade prática e ser eficiente.


O que extraímos dos versos 21-30, é próprio de conselhos verdadeiramente dignos:

¤ Viver para Deus é a única maneira de adquirirmos paz de verdade.
¤ Devemos aceitar e praticar a "lei" de Deus.
¤ Deve haver afastamento da iniquidade para que ocorra a restauração.
¤ Devemos ser dependentes de Deus e nada mais. 
¤ Devemos ser fiéis a Deus para sermos honrados.
¤ Devemos usar da intimidade adquirida com Deus para interceder pelas pessoas.



Charly 
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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Falsa religião

Falsa religião

Texto: Jó 22.1-11

Percebo a religiosidade nestes primeiros versos, portanto temos a necessidade de dividir pelo menos em dois o assunto deste capítulo; então, vamos considerar as acusações diretas feitas a Jó, como sendo a primeira parte.

Até aqui, nos capítulos que antecedem a este, não havia sido feita acusações tão diretas como essas: "grande é sua malícia e iniquidade... por isso essa sua situação".

Isto nos leva a considerar a religião que tem seu fundamento na tradição. É fácil falar, é fácil apontar o dedo, é fácil exigir que as pessoas sigam exemplos de outro que não seja nós mesmos. Esse tipo de religiosidade traz como centro de referência qualquer um que não seja aquele que está a "ensinar".

Transmite-se a responsabilidade apontando para um passado tão distante que nem se pode atestar veracidade de fatos e personagens. As vezes tudo não passa de ficção e fábulas. A religião que tem sua base na tradição vive de um passado tão duvidoso que não dá autoridade nenhuma de causa para os que a anunciam.

Faz de seus adeptos pessoas arrogantes, senhores da verdade, prontos a julgar e exigir posicionamento dos outros, enquanto que suas vidas são tão desprovidas de convicção própria que não conseguem fazer muita coisa além de filosofar.

A religião baseada na tradição é apenas uma escola de filosofias, sem autoridade, sem convicções, só possibilidades, só achismos, só palavras de homens, só humanismo.

Esse tipo de religião não liga o homem a Deus, ao contrário só o desliga, leva a mulher para ser "apedrejada" tendo como base a mesma lei que os reprova. Afere, condena e mata.

Fala do que na pele não conhecem, não conhecem porque na verdade desprezam, desprezam porque nunca amaram.

Esta é a religião dentro da religião, é a religião que reina na maior parte de nossas igrejas, que reina absoluta em nossas teologias.

Superficial e mesquinha chega a ser estúpida quando aponta a Deus na vida dos outros, menos na própria. Sim, pede para que consideremos Deus na vida dos apóstolos, profetas, reis, sacerdotes e pais da igreja quando que na vida de quem a anuncia é perceptível a ausência!


Charly
continua...