terça-feira, 20 de setembro de 2016

Sabedoria versus Experiência

Sabedoria versus Experiência

Texto: Jó Cap 28.12-28 e Cap 29

Há poucos meses li algo interessante sobre aprendizado, conhecimento e experiência: Confesso que é uma informação um tanto que perigosa, facilmente manipulável, "a experiência se adquiri com erros". Praticamente diz respeito a seguinte consideração: "aprendemos fazendo". 

Jó no Cap 29 traz à sua recordação a saudosa época em que como um Juiz se assentava no meio do povo. Época em que dos mendigos ao príncipe lhe era observada reverências. Época em que sua voz era aguardada e seus conselhos esperados. Época em que sua presença era sinônimo de soluções! Jó viveu intensamente esse período em sua vida a ponto de se deliciar com essas lembranças.

Toda sua experiência adquirida no trato, no realizar, na prática, dava-lhe o know how para com propriedade descrever, opinar, remeter, resolver, julgar e decidir causas, correto? Errado!

Achamos que experiência e sabedoria são as mesmas coisas, mas engana-se quem assim entende. Experiência é um tipo de conhecimento adquirido, muita das vezes com duras penas. Sabedoria é um dom. Sabedoria é uma dádiva divina. Ora essa isso está muito bem explícito nas Escrituras e até mesmo nas religiões do mundo.

A experiência é garantia de aprendizado, mas não de sabedoria. A sabedoria reporta ao conhecimento prévio de algumas coisas mesmo sem a necessidade de experimentação, baseado num tipo de referência absoluta.
Essa sabedoria que Jó possui a princípio, é justificada no seu posicionamento, "temia a Deus e desviava-se do mal'! Não na sua experimentação.

Uma sabedoria de difícil acesso, mas disponível em Deus. Todo desenvolvimento do Cap 28 nos remete a essa dedução: "mais difícil de encontrar do que as pedras preciosas encobertas nos fundamentos dos montes".

Enfim, Jó era sábio segundo o padrão das Escrituras, perfeitamente alinhado com os parâmetros dos Provérbios de Salomão, Salomão um ícone da sabedoria estabelecido posteriormente. Mas, percebemos uma coisa: Jó foi submetido a um processo de experimentação.

Paro para pensar sobre isso, é notável a necessidade de aperfeiçoamento, porque Deus não o iria submeter a todo aquele processo por uma simples aposta com o diabo. Mas ainda assim penso sobre isso com temor por perceber na vida do sábio Salomão um fator relativamente semelhante.

Ambos passam da "teoria", nesse caso aqui, a sabedoria divina, para a experimentação humana dos fatos, situações e circunstâncias. Um com total ignorância de propósito outro com toda consciência sobre o mesmo. Um conduzido a este processo por Deus, outro por sua vontade própria. Um dependente outro independente.

O que podemos falar sobre isso?

Vemos o homem no Éden sendo instruído por Deus, pela sabedoria em pessoa, mas em um momento buscando experimentar a vida vivenciando todas as sensações por si mesmo. Isso é interessante, conhecemos a história o suficiente para dizer que a experiência não é em si o caminho para a sabedoria.

A experiência vai servir para aquisição do conhecimento, provavelmente gerar até convicções, mas ainda não é suficiente para gerar princípios universais. Estes, são estabelecidos pela sabedoria absoluta, independente de minha ou sua experiência, a sabedoria nos leva a experiências, mas a experiência não nos leva a sabedoria.

Charly

Continua... 

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