Desilusões
Texto: Jó 7.7
"... meus olhos jamais tornarão a ver a felicidade".
Pelo contexto que descreve o momento, Jó estava num estado
físico deplorável; múltiplas infecções subcutâneas, bichos ou vermes acelerando
a putrefação de sua pele. Há estudiosos que contam que nesse estágio da doença
de Jó, ele já se encontrava isolado numa cova não muito rasa, um modo de evitar
que o cheiro da corrupção de seu corpo ofendesse a seus amigos sendo levado e
espalhado pelo vento no ar ambiente.
Jó percebeu desassossego, como confessado no capítulo 3 verso 25
e 26, o que exatamente temia. Percebeu a desesperança sobrepondo o novo dia. O
próximo dia já perdeu o significado de "novo", agora não passava de
apenas mais outro dia. Desiludido, Jó não mais podia esperar alívio.
Suas aflições chegaram até mesmo a seus sonhos, desesperado Jó
considera poder ter de fato pecado, e pede misericórdia (verso 20 e 21).
A desilusão instala-se quando experimentamos condições de vida
diferenciada e percebermos, concluímos, apuramos mesmo resultado. É a falta de
esperança, é quando não existe mais sonhos, só restando pesadelos. Por
condições de vida diferenciada me refiro a compreender que a nossa realidade
não muda de dia ou de noite, acordado ou dormindo, na sobriedade da vida ou
mesmo entorpecido. Não há alívio.
Salomão entendeu também isso vivendo o "melhor" da
vida. Toda suntuosidade, glamour e glória não foi capaz de retirar de sobre
ele, a desilusão da vaidade da vida. A falta de propósito é depressiva, o
desconhecido é depressivo, a ignorância é depressiva, a incapacidade é depressiva,
e tudo isso ocasiona a desilusão.
Jó passa por essa situação vivenciando os reveses, Salomão passa
pela mesma situação vivenciando a fortuna. O que podemos concluir é que a
desilusão advém da falta de respostas satisfatórias sobre a vida.
Charly
continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário