quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Desilusões

Desilusões

Texto: Jó 7.7

"... meus olhos jamais tornarão a ver a felicidade".


Pelo contexto que descreve o momento, Jó estava num estado físico deplorável; múltiplas infecções subcutâneas, bichos ou vermes acelerando a putrefação de sua pele. Há estudiosos que contam que nesse estágio da doença de Jó, ele já se encontrava isolado numa cova não muito rasa, um modo de evitar que o cheiro da corrupção de seu corpo ofendesse a seus amigos sendo levado e espalhado pelo vento no ar ambiente.

Jó percebeu desassossego, como confessado no capítulo 3 verso 25 e 26, o que exatamente temia. Percebeu a desesperança sobrepondo o novo dia. O próximo dia já perdeu o significado de "novo", agora não passava de apenas mais outro dia. Desiludido, Jó não mais podia esperar alívio.

Suas aflições chegaram até mesmo a seus sonhos, desesperado Jó considera poder ter de fato pecado, e pede misericórdia (verso 20 e 21).

A desilusão instala-se quando experimentamos condições de vida diferenciada e percebermos, concluímos, apuramos mesmo resultado. É a falta de esperança, é quando não existe mais sonhos, só restando pesadelos. Por condições de vida diferenciada me refiro a compreender que a nossa realidade não muda de dia ou de noite, acordado ou dormindo, na sobriedade da vida ou mesmo entorpecido. Não há alívio.

Salomão entendeu também isso vivendo o "melhor" da vida. Toda suntuosidade, glamour e glória não foi capaz de retirar de sobre ele, a desilusão da vaidade da vida. A falta de propósito é depressiva, o desconhecido é depressivo, a ignorância é depressiva, a incapacidade é depressiva, e tudo isso ocasiona a desilusão.

Jó passa por essa situação vivenciando os reveses, Salomão passa pela mesma situação vivenciando a fortuna. O que podemos concluir é que a desilusão advém da falta de respostas satisfatórias sobre a vida.


Charly 
continua...

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