Esperando Milagres? Como
deve ser?
Texto baseado no Livro de
Mateus 14.21-32 (Leia as referencias antes de prosseguir com a leitura do texto
postado)
Ontem a
noite me senti tão triste, comecei a olhar para meus problemas, meus medos,
meus anseios, sonhos que não se realizaram, sonhos que ás vezes parecem grandes
demais para mim. Me senti inútil para Deus, achei minha vida muito volátil,
cheia de altos e baixos e me envergonhei de Deus, porque ás vezes eu o
envergonho. Ás vezes eu decepciono as pessoas que eu amo, ás vezes eu espero
que eu faça mais, mas eu faço sempre menos e ainda reclamo.
Eu fechei os
olhos e pedi uma palavra, queria abrir a bíblia como de costume e ler algum
versículo. Mas não pude. Senti que Deus não queria me mostrar onde abrir a
bíblia, e então eu esperei... De repente me lembrei de Gideão, tenho sido
covarde. Muito covarde,
quando a dificuldade vem eu me escondo, corro, e reclamo. Dormi pensando que
outros homens grandes da Bíblia também fracassaram em algum momento. Mas eles
em algum outro momento foram heróicos, demonstraram fé, confiança, serem fortes
e foram vencedores.
E eu? Dormi
imaginando quando eu serei forte, vitoriosa, sem ter que me envergonha da minha
fraqueza.
No outro dia
no trabalho, comecei a conversar com meu patrão sobre a bíblia e de repente me
lembrei do trecho descrito acima. Um dia Deus chama a Pedro, ele havia passado
toda a noite em alto mar e como nada havia apanhado estava voltando para a
praia, Jesus se achegou a ele e disse vai para as águas mais fundas e lança a
rede... Pedro disse sim só porque você me mandou eu vou (hahaha quem ele pensa
que é, sou profissional) e se surpreende quando o barco quase afundou de tanto
peixe que apanhou....
Já depois de
algum tempo andando com Jesus, novamente o Senhor lhes manda dar de comer a uma
multidão faminta... 5.000 homens no meio do deserto foram alimentados (de novo
sob a palavra de Jesus). Depois que havia alimentado o povo, Jesus mandou que
os discípulos fossem para o outro lado do mar, eles entraram no barquinho e lá
pelas três da madrugada o vento começou a soprar forte e o barquinho...
balançava.
Se eles
viram Jesus fazer com que pescassem muitos peixes quando o Mar não estava pra
peixe. Viram 5000 comerem pão num deserto, onde nem sequer havia como fazer pães.
Peraí né Pedro.... Levanta neste barco e diz em nome de Jesus se aquiete mar,
ou Oh mar, somos amigos de Jesus, ele é milagroso, faça o favor de parar de
ficar agitado, ou começarem a gritar JESUS VEM NOS SOCORRER... mas o vento
soprava e eles se desesperavam.
Discípulos
de meia tigela.... peraí.... eu sou um também, uma discípula de meia tigela que
só enxergo o vento e o mar agitado só olho pro barquinho a naufragar, ao invés
de gritar por Jesus, ao invés de colocar o mar em seu lugar... aquieta-te mar
eu sou amigo de Jesus!
No meio
daquela tempestade pra piorar a situação aparece um fantasma... um homem
andando sobre as águas, tipo barba negra ou o fantasma do capitão sei lá o que
estava vindo levá-los para a morte. Aí eles gritam.... (hahahah) Grita mesmo
cambada de fracotes, homens velhos medrosos, grita que eu também grito porque
ás vezes a solução do meu problema vem com a aparência de fantasma quando o que
eu espero é um navio de grande porte para me enviar uma bóia ou coletes salva
vida e me resgatar... mas eu prefiro gritar de medo do fantasma...
Quando eles
ouvem a voz de Jesus, alguns se aquietam... não dizem nada mesmo que o vento
forte continue soprando a voz de Jesus traz consolo para alguns... mas para
Pedro não...
Ah é
Jesus... fantasma me manda andar sobre as águas se é você é Jesus...o cara é
medroso mas é desaforado. Ou talvez ele pense que precisava começar a aprender
a fazer o Jesus fazia... talvez ele queria aprender a andar sobre as águas pra
não mais ter que temer as tempestades do mar. Só que não existe uma regra,
Jesus não quer nos ensinar truques para superar os problemas, como negar que o
problema existe, talvez ele esperasse que Jesus disse: Olha vc tem que pisar
aki e ali que vc não cairá... pisa levinho ou aki tenho uma tartaruga debaixo
dos meus pés que me sustentam...
Não há
truque para superar os problemas...
Jesus deixa
ele pisar, diz venha, ande Pedro... Pedro espera e agora?? Olha de lado talvez
pensando o que eu faço agora? Mas ele vê que o vento não se acalmou...
A paz não é
a ausência da guerra.
O problema
continua ali... não basta andar sobre as águas, o mar ainda está agitado,
talvez tenha soado um trovão ou tenha sido uma onda enorme que se aproximava, e
aí Pedro se desespera... ele olha para o problema... e começa a afundar...
E aí Jesus
ensina a Pedro que para andar sobre as águas a gente tem que olhar nos olhos de
Jesus, ensina que no meio da tormenta do mar, no olho do furação, se olharmos
nos olhos de Jesus não há truque, de autonegação, de meditação, de mantras a se
recitar, de rezas, é olhar nos olhos de Jesus...
Olhar nos
olhos de Jesus é ver a
nossa imagem refletida na pupila dos mestre, quando isso acontece nós vemos que
apesar de Jesus ser perfeito ele nos enxergar cheio de imperfeições, cheio de
defeitos como somos, tal como somos nossa imagem se reflete no brilho dos seus
olhos... e ele ainda nos ama.
Não há
truques, há o reconhecimento de nossa fragilidade diante de Deus, e em troca o
olhar daquele que nos amou a ponto de se entregar por nós. É poder agora passar
os olhos no mar agitado e declarar... não importa mais... pode continuar se
quiser tempestade, eu sei que sou amado pelo meu Deus. Eu sei que ele me
compreende, e se eu cair mais uma vez (ainda que não seja essa a minha vontade)
ele vai me olhar nos olhos.
O seu amor é
maior do que tudo.... é maior que a minha dor!
Sheila de Souza Fonseca
Nenhum comentário:
Postar um comentário